GUAJARÁ-MIRIM.
A Catedral Nossa Senhora dos Seringueiros. Um local de cartão postal de referência da cidade, localizada na Praça Francisco Xavier Rey. Dentro desse lugar, sentado em um banco diante do altar, está o jovem Alexandre, abrindo uma página da bíblia, muda sua expressão assim que lê alguns versículos sorteado.
Logo em seguida, ouvem-se passos de uma pessoa andando na sua direção, antes mesmo de olhar para trás, o jovem já lhe adverte.
Alexandre: -- Desculpe! Mas, hoje não terá celebração, por causa do toque de recolher!
Os passos firmes continuam indo na sua direção, ignorando o seu aviso.
L: -- Não vim aqui para assistir a missa! Eu vim te levar... Angel!
Ao reconhecer que se tratava de uma voz masculina, o Alexandre olha para ele para reconhecê-lo, mas não o conhece e logo trata de se levantar encarando-o.
Alexandre: -- Mas... quem é você?
Lerói: -- Venha comigo angel!
Os braços dele se liquefazem, surpreendendo o Alexandre.
Alexandre: -- Mas o que é isso?!
Assim que uma gota se solta do seu braço liquidado, o piso se desmancha, pasmando o jovem.
Leroí: -- VENHA COMIGO!!! Raaaah!!!
Os braços ácidos avançam como liquido pastoso na sua direção.
Lerói: -- O quê?!
Seu corpo é levitado no ar. Ao vê-lo, o jovem Alexandre olha para Lerói fixamente.
Alexandre: -- Você não percebeu? Este lugar é sagrado, e não é lugar de batalha!
Um movimento de seu punho o arremessa para fora da igreja passando pela porta.
Lerói: -- AAAARGH!!!!
O Lerói cai no chão arrastando-se pelos misteriosos poderes tele cinético de Alexandre.
Lerói: -- Argh!
Ele se levanta meio catatônico e surpreso pelo ataque sofrido.
Lerói: -- Argh! Mas... que moleque!
Enquanto isso, passo a passo que ecoam no interior da catedral em direção da entrada, está o jovem Alexandre, inconformado ao ter que lutar contra o desconhecido.
Lerói: -- Bem que me avisaram para ter cautela com esse angel!
Assim que ultrapassa a porta, asas negras saem de suas costas.
Alexandre: -- Isso é uma total falta de respeito! Não me importa que você seja ateu, católico, judeu, evangélico, ou de qualquer seita que exista na face da terra que seja uma religião...
Lerói: -- Ôh, garoto! Vai querer me dar uma lição de moral? Eu não vim aqui para isso! Vim te levar vivo ou quase morto!
O Lerói estica os seus braços, que se liquefaz rapidamente, como jato que avançam na direção de Alexandre.
Alexandre: -- Nem pensar!
Com um movimento, uma parede tele cinética surge diante do jovem protegendo-o do ataque.
Lerói: -- Então é isso?! Há! Há! Há!
Alexandre: -- Do que você rindo?!
Lerói: -- Já que você quer tanto proteger essa catedral, por quanto tempo você aguentará protege-la de mim, hein?
Alexandre: -- Mas... o quê?!
Ao redor de Lerói, cresce um absurdo volume de liquido pastoso e ácido, do seu próprio corpo, se transformando em um enorme dragão, subindo ao céu e ameaçando atacar tanto Alexandre e a catedral ao mesmo tempo.
Lerói: -- Há! Há! Há! É melhor me obedecer meu jovem, se não a casa vai cair... ou melhor, a catedral e você serão destruídos!
O Alexandre fica pasmado com a amplitude que o golpe de Lerói está ameaçando.
Alexandre: -- Ah! Essa não!
Cada vez mais o dragão ácido se estende, atravessando as nuvens que encobre o entardecer da cidade, ameaçando não mais só a catedral, como também a quadra inteira onde se encontra.
Alexandre: -- Desgraçado!
Muito longe dali, as duas soldadas, Suelen e Débora, avistam o dragão, construído de um líquido bisonho, refletindo o pôr do sol da cidade.
Débora: -- Hei! O que é aquilo no céu?!
Suelen: -- Caraca! Um dragão?! Parece que está vindo perto da Catedral!
Débora: -- Vamos para lá agora!
A viatura aumenta velocidade, faz o retorno bruscamente, fazendo que os pneus gritem no asfalto, retornando de onde vieram.
SERRA DE GUAJARÁ-MIRIM
Do alto da serra dos Pacaás Novos, que tem uma visão privilegiada de ver toda a cidade, um homem observa o dragão subir ao céu.
???: -- Então... Ele já o encontraram.
O Lerói se posiciona para atacar o Alexandre.
Lerói: -- Há! Há! Há! Está preparado?!
O Alexandre fica pasmo, ao ver que o dragão de ácido no céu se preparando para lhe atacar.
Alexandre: -- D - droga!
O Dragão avança para cima da catedral.
A viatura chega ao local, na mesma hora em que a catedral é engolida pelo dragão ácido.
Débora: -- Mas... o que é isso?!
A Débora breca o carro com tudo.
Suellen: -- A catedral foi engolida por aquele dragão!
De repente um estouro, preocupam as duas.
Débora: -- Os pneus... estão derretendo!
Os quatros pneus da viatura estouram-se e se derretem com o asfalto quente.
Suellen: -- Não só a rua! Mas, o carro também!
Débora: -- Droga!
A viatura começa a ser dissolvida pelo ácido que toma conta, não só do veículo, mas os quatro quarteirões que estão no entorno da catedral, que fora engolida por completo pelo dragão ácido de Lerói.
Débora: -- Mas... o que está acontecendo aqui?!
O motor começa entrar em combustão após vazar combustível pela abertura corroída pelo ácido.
Débora: -- O quê?! Essa não!
A viatura explode com elas.
Lerói: -- Há! Há! Há!
Vendo que fora completamente engolido pelo seu monstro ácido, a sua alegria é tomada por uma grande decepção ao perceber o seu grande erro que cometera.
Lerói: -- Mas que merda! Eu me esqueci, completamente! Ei angel, você está vivo?!
O ácido escorre, revelando uma imensa parede transparente, criada por poderes tele cinese do jovem Alexandre, que está fadigado por gasta quase toda a sua energia ao proteger a catedral por inteiro.
Lerói: -- Ainda bem! Você ainda está inteiro!
Alexandre: -- Argh! É inacreditável! Você é um monstro!
Lerói: -- Hmm! Até que você conseguiu protege-la, mas isso não era o que me importava, pois você caiu na minha armadilha seu idiota!
Alexandre: -- Mas... pelo menos salvei a catedral! Argh!
O Alexandre cai, revelando em suas costas feridas em carne viva, pois algumas gotas de ácido atravessaram até mesmo a sua defesa tele cinética.
Lerói: -- Ainda bem que a ordem que me deram é de você vivo, ou... só com o seu coração batendo!
O Lerói levanta seu braço na direção do jovem que se preocupa com ameaça de liberar mais um ataque de ácido.
Lerói: -- Então, eu prefiro só levar o que é mais leve... o seu coração!
Alexandre: ?!
O ácido escorre como uma cobra na direção do jovem, que se esquiva, surpreendendo o inimigo.
Lerói: -- Ainda tem forças para se mover?
Alexandre: -- Argh! Puf! Puf! Argh!
Lerói: -- Meu rapaz, em requisito de resistência, você está me surpreendendo! O que mais você pode fazer, hein? Há! Há! Há! Há! Tenho a absoluta certeza que você não pode fazer mais nada!
O sol começa a se extinguir no horizonte, as luzes começam a iluminar a cidade revelando um buraco de escuridão, onde cinco quarteirões estão às escuras, somente um carro em chamas é visto no meio desse breu.
Próximo dali, o jovem Alexandre está assustado, encarando um sujeito que jamais conheceu, o seu assassino, que anda em sua direção, com seus passos que ecoam pelo quarteirão, levantando o seu braço preste para desferir o seu golpe final.
Lerói: -- Já que você não vai querer se render...
Horas mais tarde...
A noite já pairava plenamente no céu.
Lerói: -- Pronto...
Sangue em suas mãos, com o coração ainda batendo, do corpo do angel estirado no chão.
Lerói: -- Era mais fácil ter feito isso desde o começo!
Um corpo adiante dele, com um buraco em seu peito esquerdo, com sangue escorrendo de sua barriga, está o que fora chamado Alexandre. Ao longe um carro, ainda em chamas, ilumina o local.
De repente, um portal se abre.
D*: -- Você é um lunático! Quase destruí por completo o angel!
Um homem trajando uma armadura acabara de sair da fenda dimensional e fala com Lerói.
Lerói: -- Ele foi muito resistente, então precisei usar um pouco de pressão!
D*: -- Deixe de falar besteira! Me entregue a esfera viva, que eu mesmo entregarei para o mestre!
Lerói: -- Só para receber todo o mérito? Nada disso!
D*: -- ME OBEDEÇA!!!
Uma energia negra emana do corpo do guerreiro de armadura para ameaçar Lerói, que o encara com os olhos.
D*: -- Se você conseguir pegar os outros dois angel que estão na capital, você receberá todo o mérito!
O Lerói pega o phablet e confere as localizações do angel na tela.
Lerói: -- Que estranho!
D*: -- Algum problema?
Lerói: -- Agora há pouco, havia um angel na rodovia perto da cidade de Mutum!
D*: -- Atualize direito o seu phablet!
Lerói: -- Bem... deixe eu ver!
Dois pontos surgem na tela.
Lerói: -- Ah! Tá aqui! Eles estão na capital mesmo!
D*: -- Então vá para lá e ataque assim que amanhecer!
Lerói: -- Mas... por que eu não posso atacar logo nessa noite?
D*: -- Se você quer fazer mais estrago, descanse primeiro! Caso contrário, você não estará em melhores condições para enfrenta-los e em vez disso você ficará a mercê deles fácil-fácil!
O misterioso homem, apara o coração ainda pulsando que é entregado, jogado em suas mãos pelo Lerói.
D*: -- Ei!
Lerói: -- Está bem! Mas eu vou dormir lá e atacar assim que amanhecer!
O Lerói salta no céu, e seu corpo é projetado como um foguete que ilumina o céu como risco.
D*: -- Hmm! Esse desgraçado... que impaciente!
O misterioso homem se desfragmenta e desaparece no breu da escuridão. Entretanto, o que os dois não sabiam é que sua conversa fora observada por uma pessoa, a que estava na serra.
V*: "Ele está indo para a capital? De quem eles vão atrás?"
O desconhecido se aproxima do corpo, que ainda agoniza em meio ao seu sangue.
V*: -- Esse jovem? Não pode ser! Sphaera, negue!
Uma estranha energia encobre o corpo do desconhecido, o deixando muito iluminado, que ao tocar as suas mãos no solo, tudo ao seu redor começa a ser restaurado do pó, de um modo estranho, fazendo uma restauração tão incrível, admitindo que não tivesse acontecido uma batalha que arrasou quarteirões e ainda restaura os corpos carbonizados de dentro do carro e o buraco no peito do jovem. Assim que o processo milagroso se concluiu, a iluminação de sua energia se escurece por um mero instante, deixando as lâmpadas dos postes ilumine o local.
V*: -- Ungh!
Ao despertar, a Suellen acorda em um leito de um hospital, apavorada e grita.
Suellen: -- AaARgh!
Ao se dar conta que não estava mais no carro, fica constrangida.
Suellen: -- Onde estou?!
Em uma cama ao lado, a Débora ainda estava inconsciente. Vendo-a dormindo, sem nenhum arranhão, a Suellen fica confusa.
Suellen: -- Será que isso foi um sonho? Mas... como vim parar aqui!
PORTO VELHO, capital.
O capitão Asus sai da câmera que cura feridas. O líder do Esquadrão Delta é tratado pela própria capitão Alma, a líder dessa Elite Médica.
Alma: -- Seu tratamento está concluído! Já pode repousar em sua casa, Mestre Asus!
Asus: -- Malditos rebeldes! Se não fosse por aquele extravio de nossas tecnologias, tudo isso teria outro destino!
Alma: -- Pelo tom que senhor diz, eles foram bem mais ousados que a Apokali!
Asus: -- Eu não esperava pela aparição deles nessa era.
Alma: -- Nessa era? Como assim? Eles não são dessa era?
Asus: -- Eu quero isso fique somente entre nós, capitã! As informações que vieram de Brasília ainda são incertas, até o momento!
Alma: -- Hm-hm!
Asus: -- Aquele que invadiram a cidade foi os Dablios.
Alma: -- E - eles? Aqui? Mas... como eles invadiram o seu escritório?
Asus: -- Eles de alguma forma possuíram o Malen.
Alma: -- Mas o que ele queria?
Asus: -- Ele queria o "irmão".
Alma: -- "Irmão"?
Asus: -- De alguma forma "eles" tem alguma ligação com o aquele capitão.
Mulher: Não se importe comigo! É você que tem se preocupar consigo mesmo! O perigo que ameaça o mundo é você! (...) os seus irmãos... os Dáblios estão casando você. E quem estiver no seu caminho, serão mortos sem piedade.[1]
Daniel está deitado em na cama de uma cela da penitenciária, com sua cabeça deitando nos seus braços cruzados.
Daniel: -- Hmf!
Amanhece na capital...
Um vulto surge no alto do alicerce da estrutura do viaduto do Trevo do Roque, se despreguiçando.
Lerói: -- Uaaarh! Deixe-me ver, onde estão os angel?!
Na tela do seu phablet, surgem três pontos que indicam suas localizações.
Lerói: -- Nossa, não era dois?! Ah, mas que merda!
Uma brisa forte de um vento indica que uma friagem acabara de chegar à cidade.
Lerói: -- Onde será que eles estão?! E quem são eles!
Em uma casa...
Liee: -- Hm! Será que vai fazer frio hoje, ou vai chover?
A Liee acaba de sair de sua casa e está indo na direção ao quartel da 6º Elite Delta.
Saindo do hospital, após ter recebido alta...
Chango: -- Friagem chegando?!
Da janela do hospital, avistando o céu nebuloso...
Andrei: ...
Em um quarto de um hotel.
O despertador toca e é silenciado sendo arremessado contra parede.
Ives: -- Mas... que barulho!
Ao se levantar...
Ives: !
Sua expressão muda ao ter uma estranha sensação.
Adentrando no corredor de um bloco do presidio de segurança máxima...
Asus: -- Como eles estão te tratando capitão?!
Na cela em que ele parado é justamente onde Daniel está alojado.
Daniel: -- Humpf!
Ele não dá a mínima e continua deitado na cama sobre os seus braços.
Em um palácio, Rodolfo caminha passo a passo diante de uma linda mulher.
Mulher: -- Então você conseguiu falar com ele, Rodolfo?
Se decidindo para qual será o seu alvo...
Lerói: -- Mamãe me mandou escolher esse daqui! Mas como eu sou teimoso, eu escolho...
Aponta com um dedo seu um deles.
Lerói: -- Eu... escolho esse da – qui!
Escolhido, o Lerói parte em alta velocidade no céu, surpreendendo os transeuntes por pensarem que se tratar de um foguete.
Pessoa¹: -- O que foi isso?!
Pessoa²: -- O que é aquilo no céu?!
Se divertindo com seu voo, ele se aproxima de um de seus alvos pelo ar.
Lerói: -- Mais um... Só mais um angel... eu vou capturar!
Caminhando despercebidamente, a Liee chega em um cruzamento de uma rua. Mas, surge uma pessoa que lhe surpreende.
Liee: !
Ao mesmo tempo...
Lerói: -- Urrgh!
O Lerói é abatido em pleno ar por uma silhueta no alto de uma das casas por...
Ives: -- Raah!!!
O Asus percebe que está sendo ignorado pelo capitão preso na cela.
Asus: -- Eu não tive outra opção...
O capitão irritado lhe interrompe.
Daniel: -- Para início de conversa, não estou interessado em qualquer tipo de desculpa esfarrapada que você vai me dizer!
Asus: -- Capitão...
Daniel: -- Eu já falei!!! Vá embora! E não me procure nunca mais!
Asus: -- Você tem que entender, meu jovem! Você precisa se afastar dos Angels!
Daniel: -- Entender?! Você sabe qual é a sensação de fazer tudo em prol da corporação e em troca perder a minha liberdade?
Asus: -- Eu entendo a sua revolta, mas você precisa ficar calmo!
Daniel: -- "Calmo"?! Não me venha com essa, Asus! Eu só esperei o momento certo para saber quem estava correto, mas pelo o que eu vejo, creio que foi você a pessoa que armou tudo...
Sua voz começa a ficar distorcida, para uma voz irreconhecível de não ser a mesma pessoa.
Daniel: -- ... Não é mesmo?!
Asus: -- Você não é o capitão Daniel?! Quem é você?!
Desconhecida: -- Capitão Asus, pensou que você estaria livre de nós mesmo depois de ataca-lo DAQUELA VEZ?
Ao percebe de que a bisonha pessoa que está dentro da cela está se referindo, mostra uma máscara em seu rosto, enquanto o seu corpo se molda em uma mulher.
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