Copacabana - Bolívia
- Expedição do Arcanjo
Após o Sol surgir no horizonte, as duas equipes da expedição finalmente chegam a terra Natal do Asura. Comovido, o Ives fala ao Daniel.
Ives: -- Finalmente chegamos!
Daniel: -- Hum!
Os jovens se impressionam com a água que contorna a cidade.
Chango: -- Isso já é o mar?
Ives: -- Na verdade isso é só um lago, chamado Titicaca!
Liee / Chango: -- Quê?! Que lago imenso!
Na viatura de Rodolfo, a Iasmin também o adverte.
Iasmin: -- Eis a cidade, Copacabana!
A Raíssa fica maravilhada.
Raíssa: -- Essa cidade tem uma paisagem bem mais deslumbrante do que daquela que nós passamos pelo caminho!
O Daniel sugere ao Ives.
Daniel: -- Que tal descansarmos um pouco e depois começaremos a nossa missão?
Ives: -- É uma boa ideia!
A Liee e Chango ficam maravilhados com a cidade.
O grupo ainda não percebe que ainda estão sendo monitorados por duas estranhas pessoas.
Alguns minutos depois...
Após chegarem à cidade, enquanto o restante do grupo lanchava, o Ives e a Iasmin vão até uma Igreja.
Basílica de Nossa Senhora de Copacabana
Dentro da basílica, os irmãos oram diante da padroeira da Bolívia. Pareciam agradecer por conseguir retornar a sua cidade natal, na qual por muito tempo não ousaram vir.
Após orarem, os dois se dirigem à saída e acabam sendo encontrados pelo arcanjo Daniel, que os esperavam tranquilamente de braços cruzados no pátio da basílica.
Daniel: -- Eu nunca pensei que os Asuras também fossem católicos!
Ives: -- Faz parte do nosso rito agradecer nossa chegada às divindades.
Daniel: -- Hmm... entendi!
Ives: -- Como você desejava, chegamos a minha terra natal! O que mais precisa?
Daniel: -- Precisamos de um local que seja a mais próxima de onde a curandeira viveu e que tenha o mínimo possível de interferência de pessoas dessa cidade. Você conhece algum lugar?
Ives: -- Sim. Há um lugar. Uma ilha. Ela fica há duas horas de barco daqui. A Isla del Sol. É o local onde ela morou.
Daniel: -- Que Interessante!
Então...
Logo, a equipe chega ao cais da cidade. Eram os primeiros a chegar. Com isso, tiveram a opção de ir no interior ou no teto, ao ar livre. Mesmo em pleno verão, o forte vento frio fez que a maioria optasse pelo lado de dentro. Só o Chango que quis ir ao ar livre.
Passaram-se alguns minutos, a Liee foi ver como o Chango se encontrava. Mas, acaba ficando surpresa.
Liee: ?!
O garoto parecia que havia virado um picolé de tão inanimado que aparentava.
Liee: -- Ô Calango, você está bem?
Chango: -- Que frio!
Ao vê-lo reclamar, a Liee ri aliviada.
Lá dentro, sentado no banco ao lado do Ives, o Daniel adverte ao soldado Asura.
Daniel: -- Acho melhor você abrir o portal do tempo!
Ives: -- Mas, eu? Por quê?
Daniel: -- Depois que o Jonathan liberou o acesso de informações ao Oliver, creio que ele já tenha seus guerreiros na nossa cola há um bom tempo.
Ives: -- Será mesmo?
Daniel: -- Não tenho dúvida nenhuma que ele possa está agindo para nós impedir de encontrar a cura.
Ives: -- Se eles vierem, eu ajudarei...
Daniel: -- Não. Eu lutarei! Você protegerá os outros e vai guia-los até a curandeira do seu clã.
Ives: -- Mas...
Daniel: -- Faça o que eu digo! A nossa prioridade é trazer a salvação de evitar que nossos amigos sejam controlados pelo Kardec!
Ives: -- Está bem!
Mais alguns minutos depois, a expedição começava a avistar a parte sul da ilha.
Isla del Sol
Logo, ao desembarcarem na mística comunidade Yumani, localizada no lado sul da Ilha, eles sobem as escadas para chegar numa estância, onde vão se hospedar.
Raissa: -- Vocês ainda vão prosseguir?
Daniel: -- Nós temos que ir, Raissa. A vida de nossos amigos depende da conclusão dessa missão.
Rodolfo: -- Tá certo, Daniel! Mas...
Daniel: -- Hmm?!
O Daniel percebe que o Rodolfo e as crianças estão nauseados.
Chango: -- Eu não sei o que eu tenho!
Liee: -- Sinto falta de ar!
Rodolfo: -- Se nós descansarmos um pouco, talvez restauramos as nossas forças!
Daniel: -- Será que o café da manhã que vocês tomaram, não caiu bem à vocês?
Ives: -- Não. Isso é efeito do Mal da Montanha que estão sentido!
O Ives e a Iasmin não sentem o efeito. O Daniel e Raíssa também não aparenta ter.
Daniel / Raíssa: -- O Mal da Montanha?
Iasmin: -- Subir drasticamente de altitude é comum fazer mal a nossa saúde.
Daniel: -- E o que tem haver?
Ives: -- É o efeito do ar rarefeito. A pressão atmosférica que exerce na superfície do planeta pode mudar a nossa saúde de acordo com a variação de altitude.
Chango: -- Pressão?
Liee: -- Pressão atmosférico, é como um peso que ar exerce sobre a superfície.
Chango: -- Hmmm!
Iasmin: -- Isso mesmo. Quanto maior altitude de um relevo, menor será pressão atmosférico.
Chango: -- Altitude?
Liee: -- A elevação em relação do mar! Você não se lembra das aulas de geografia?!
Chango: -- Ah, tá!
Ives: -- Em resumo, esse efeito acaba afetando somente pessoas habituadas em baixas altitudes. Isso lhe acomete dificuldade de respirar em altitude acima de 2.800 metros. Nós, já estamos numa altitude de quase quatro mil metros.
Iasmin: -- Após a cidade de Mazuco, enfrentamos mais de mil e quinhentos metros de altitude sem pausa para nos acomodar.
Ives: -- Se continuarmos assim, será perigoso de prosseguirmos, Daniel!
A expressão no rosto de Daniel é de inconformado. Ao observar com preocupação a sua equipe estando com náuseas, por causa do efeito do Mal da montanha, ele toma uma decisão.
Daniel: -- Nós devemos prosseguir!
O Rodolfo fica inconformado e fica diante do arcanjo.
Rodolfo: -- Você está louco? Nós não podemos prosseguir desse jeito!
Daniel: -- Nós devemos prosseguir a diante, custe o que custar!
Raíssa: -- Mas, Daniel...
Ele lança quatro sphaeras da cura e aos quatros soldados, que pegaram surpreendidos.
Rodolfo / Raíssa / Liee / Chango: !
Daniel: -- Eu vou dar duas horas a vocês quatro. Nós vamos concluir essa porcaria dessa missão ainda hoje!
A Raíssa fica surpresa da atitude do seu amigo.
Raíssa: -- Daniel...
O Daniel sai do quarto revoltado.
Ives: -- Não se preocupem! Eu vou atrás dele!
Vendo o Daniel observar o horizonte, na beira de um barranco, o Ives indaga-o.
Ives: -- O que lhe preocupa? Você se alterou muito depois do Oliver ter invadido os nossos sistemas.
Daniel: -- Eu só quero acabar logo com essa missão e voltar logo para casa. O Oliver está sempre um passo à nossa frente. Se a Cúpula não decidisse na punição de retirar os passes de abrir os portões das mãos dos soldados de classe baixa de DEDAMCorp, nós não precisaríamos ter saído de Porto Velho para atravessar o tempo um túnel de minhoca.
Ives: -- Eu sei. Eu me lembro bem, desde eu estava disfarçado de Henri. A Cúpula decidiu essa restrição após os episódios do complô de Orion[1] e da loucura do soldado da quinta Elite[2] em atravessar a Era.
Daniel: -- É, eles limitaram em muito as regalias dos soldados baixos.
Ives: -- Mas, fique calmo! Nós conseguimos chegar até essa ilha. Falta pouco para conseguirmos a cura. Você devia descansar um pouco como outros, para se acostumar com os efeitos do mal da montanha.
Daniel: -- Eu não preciso ficar parado.
O Daniel mostra em seu peito, quatro spheara de cura encravada em seu peito, surpreendendo o soldado.
Ives: -- Você é doido?!
Daniel: -- Hm-hm, eu só estou sendo precavido!
2 Horas depois...
Como combinado, a equipe da expedição seguiu caminhando para direção norte da Ilha por uma trilha. Depois de mais algumas horas, o grupo chega num altar feito com rochas.
Chango: -- Que isso? Um altar?
Ives: -- Sim. Esse é o altar para sacrifício.
Chango: -- Sacrifício? Onde matam pessoas?
O Chango imagina uma imagem de adoração bem bizarra e fica apavorado.
Chango: -- Mas, por que viemos para cá?
Após beber agua de uma garrafa, o Daniel adverte-os.
Daniel: -- É para seguir uma das condições da Sphaera Júpiter.
Liee / Raíssa / Rodolfo / Chango: -- Condições?
Daniel: -- Para nós realizar o nosso desejo, de conectar o nosso tempo à uma determinada Era que queremos ir, nós temos que seguir as condições de Sphaera de Júpiter. Estar o mais próximo possível do mesmo local que pretendemos ir.
Rodolfo: -- Então... Foi assim que a Facção de Beatto trouxe o Kardec para nossa Era?[3]
Daniel: -- É exatamente isso que nós vamos fazer! Vamos nos conectar a mesma Era que a poderosa curandeira dos Asuras vive.
Olhando para o Ives, o arcanjo ordena.
Daniel: -- Ives, pode começar!
Chango, Rodolfo, Iasmin e Raíssa ficam atrás de Ives. Enquanto, ele se dirige ao altar com a Sphaera de Júpiter.
Ives: -- Conecte, Sphaera Júpiter!
A sphaera começa a liberar a sua energia como um manto, envolvendo as mãos do soldado como uma luva.
Ives: -- VENTO QUE SOPRA DESSA ILHA, VENTO QUE CARREGOU E DEU VIDA AO MEU POVO! LEVE-ME PARA ERA ONDE VIVE O MEU POVO, O MEU CLÃ, ASURA!!!
Com pequeno gesto, a energia que estavam nas mãos de Ives, abre uma fissura diante do grupo.
Liee / Raíssa / Rodolfo / Chango / Daniel / Iasmin: !
Uma abertura, a entrada para uma outra dimensão, se abre diante do grupo e se estabiliza.
Ives: -- Está pronto!
Feliz pela conquista, o Daniel ordena ao grupo.
Daniel: -- Então vamos! Vamos para Era dos Asuras!
Homem: -- Meus parabéns!
Mas, alguém surpreende o grupo saudando-os ao bater palmas.
Liee / Raíssa / Rodolfo: ?!
Chango / Daniel / Iasmin / Ives: ?!
Ao olharem para trás, todos percebem que havia um homem trajando uma armadura dourada, o Seth Godin.
Seth: -- Ah, quanto tempo, arcanjo!
O Daniel o reconhece.
Daniel: -- Você?
A Liee também o reconhece.
Liee: -- Você... aqui?
Mas, o Chango não se lembra do homem com armadura.
Chango: -- Mas, quem é você?
A Liee o recorda.
Liee: -- Você não se lembra? Esse é o cara que te sequestrou na nossa primeira viagem do tempo.[4]
O Chango fica pasmo.
Chango: -- O quê?! Era ele?
Daniel: -- Você é da facção Beatto, maldito?
Seth: -- Há! Há! Há! Eu sempre fui da facção! Até mesmo agora que mudou a liderança para uma melhor.
Daniel: -- Para melhor?
Seth: -- O Oliver está presenteando aqueles que encontrarem primeiro as douradas urnas contendo armaduras de ouro, como essa.
A armadura de Seth reluz um tom enegrecido de ouro.
Seth: -- O nosso papo está bom. Mas, eu vim somente para acabar com a esperança de vocês!
Daniel: !
O Daniel olha para o Ives, que percebe rapidamente a sua intenção e gesticula que fará o combinado.
Sendo compreendido, o Daniel parte para cima de Seth.
Daniel: -- Raah!
A sua equipe fica preocupados.
Raíssa / Rodolfo / Chango / Liee: -- Daniel!
Mas, o Seth o segura pelo seu braço.
Seth: -- Oh!
Ives: -- Não!
Por estar na frente deles, o Ives impede os soldados de reagirem.
Rodolfo: -- Mas, por quê?
Ives: -- A nossa prioridade é trazer a salvação para os nossos amigos de DEDAMCorp!
Raíssa: -- Mas...
Tentando impedir que o Seth ataque, o Daniel ordena ao grupo.
Daniel: -- O que vocês estão esperando?! Vão!!!
Mesmo contrariados, os seus amigos entram no portal.
Percebendo a intenção do soldado consigo, o Seth indaga.
Seth: -- Oh! Você quer mesmo me enfrentar sozinho?
Daniel: -- Essa é a minha intenção desde o começo!
Seth: -- Ah, é mesmo?!
O tempo para diante dos dois guerreiros.
O Daniel sente o seu coração parecer que ia pulsar a cada hora.
Suas reações se congelam diante do inimigo, que se move com uma maior naturalidade.
Daniel: !
Com um único movimento de Seth, ele revela as suas sphaeras encravada em seu peito.
Daniel: "Mas, não é possível que...!"
Com a sua velocidade, o Seth retira essas sphaeras, parecendo um único movimento.
Daniel: ...
E finaliza, com um murro que o arremessa para o lago.
Daniel: -- Aaarrgh!!!
O tempo volta a correr naturalmente. O Daniel se estatela à beira da praia. Ao olhar para frente, tentando se orientar. Porém, já percebe que o Seth já estava em sua cola, segurando as suas sphaeras de cura nas mãos.
Seth: -- Tentando evitar o mal da montanha usando isso? Você é mesmo um fracote, Daniel!
Daniel: -- Desgraçado!
Cambaleando, o Daniel se levanta irritado. Tenta atingi-lo na cara com os seus punhos. Mas, acaba sendo esquivado normalmente.
Seth: -- Ora, ora! Você mais parece um bêbado!
O Daniel percebe que está fadigado e com dificuldades para respirar.
Daniel: !
Ele acaba recebendo um forte murro no peito, implicando ainda mais a sua dificuldade em respirar.
Daniel: -- Argh!
Desnorteado, o Daniel se ajoelha diante do inimigo.
Daniel: -- Maldito!
Ele concentra energia em seu punho, parte para ofensiva, se aproxima de Seth velozmente, surpreendendo-o.
Daniel: -- MÃO DO DESTINO!!!
Mas...
Daniel: -- Hãn?!
Mulher: -- Yaahh!!
Repentinamente, o Daniel acaba tendo que se defender depressa para evitar de ser chutado na cabeça por uma moça trajando uma armadura de ouro. Mesmo assim, o arcanjo é derrubado, sendo arremessado contra o barranco.
Indignado pela intromissão da moça, o Seth reclama à ela.
Seth: -- Não precisava você vir, Quesia!
Quesia: -- O nosso mestre foi bem claro em nos ordenar que é para nós detê-lo!
O Daniel se levanta espantado ao ver a Quesia viva na sua frente.
Daniel: -- Você, aqui?
O soldado havia cessado a vida de Quesia durante batalha na Aldeia das Amazonas do Flora.[5] Mas, ela está viva, diante dele, deixando-o branco de temeridade como um fantasma.
[1] Cap. 20 – A Farsa Desmascarada
[2] Cap. 24 – A Crise de Identidade
[3] Cap. 120 – O Confronto entre mitos
[4] Cap. 7 - Guerreiros do Futuro - Parte I
[5] Cap. 104 – Um Final Trágico
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