Capítulo #129. A Lenda De Um Passado Sangrento - Saga Next Future

Capítulo #129. A Lenda De Um Passado Sangrento

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Ives: O que me fez forçar a mentir? Acho que foi o sentimento da impossibilidade de os outros compreenderem inteiramente a nossa ação. Mesmo a mentira mais complicada é mais simples que a verdade.[i] Ninguém consegue mentir, ninguém consegue esconder nada quando olha direto nos olhos.[ii] Passamos a vida a mentir, até, sobretudo, talvez apenas, àqueles que amamos. Com efeito, somente esses podem pôr em perigo os nossos prazeres e fazer-nos desejar a sua estima.[iii] Sei que mentir pode até ser uma maldade absoluta. Não é possível mentir pouco ou muito; quem mente, mente.[iv] Posso até ter sido o maior mentiroso, que com o tempo, depois de mentir tanto, passei a acreditar e viver nas minhas próprias mentiras.[v] Mas, não foi opção minha. Tive que ganhar tempo, para poder chegar muito longe. Isso foi necessário para não contar certas verdades, não que eu precisasse mentir, mas certas coisas para um bem maior precisaram ser omitidas. Hoje eu estou desolado e não tenho razões para mentir, e vivo da minha desolação o meu processo de continuidade, porque se eu nego o sofrimento que me ataca, ele nunca vira arte dentro de mim.[vi] Vou fechar os meus olhos e fingir que é só um sonho ruim.












13 anos atrás – Copacabana, Bolívia.
                Numa noite, a Iasmin percebe um cometa como um rabisco luminoso no céu.
Iasmin: -- Mano, você viu?
Ives: -- O quê?!
                Por um momento, a Iasmin fica em silencio ao fechar os seus olhos.
Ives: -- O que foi?!
Iasmin: -- Era uma estrela cadente e fiz um pedido para ela.
Ives: -- E é?! E o que você pediu?!
                Sorrindo, ela responde.
Iasmin: -- Paz!
Ives: -- É muito bom que isso aconteça!

                Ao redor deles, corpos de soldados da Dedamcorp, derrotados e empilhados um sobre o outro.

Ives: "Há muito tempo, a minha família, os Asuras, eram considerados inimigos pela Dedamcorp. Houve várias guerras para nós exterminar. E um dia, um jovem soldado ousou a desafiar o meu mestre para ter a paz."



Dante: -- Hm!

Ives: "Esse jovem acabou ficando sem suas sphaera, pois havia gastado todas as suas energias que elas continham para lutar, e acabou chegando até o líder Dante sem nenhum poder ofensivo."

Dante: -- Você é muito corajoso e chegou até mim sem nenhuma sphaera.

                Ao redor deles, havia muito escombros de muros, paredes de comercio destruído. Somente havia uma luta entre o cadete da Dedamcorp contra o líder Dante de Asura.
Soldado: -- Reconheço que vocês são fortes! Seria uma pena tê-los que derrota-los.

                O Dante está impressionado.
Dante: -- Ora, você não veio aqui para isso?
Soldado: -- Infelizmente, não!
Dante: -- Então, por que você veio aqui?! Não veio derramar mais sangue para nos eliminar?
Soldado: -- Eu já disse que não. Não vim com esse propósito!
                O Dante e o soldado se digladiam.
Dante: -- Então, para quê?!
                Cansado, o Dante parte para cima dele com seus punhos na direção do rosto do cadete.
Dante: -- Por que você veio?!
Soldado: -- Eu quero a paz!
Dante: -- É sério?!
                Ao ouvir a afirmação do soldado, o Dante ri, gargalha, por achar muito irônico.
Dante: -- Há! Há! Há! Há! Você teve todos os seus homens mortos e mesmo assim chegou até mim para firmar a paz?! Há! Há! Há! Há! Você é engraçado! Mas, me desculpe! Você está sozinho, meu jovem! Não há como você me convencer! Outros viram até a meu vilarejo para vingar a morte de seus amigos e eu não vou tolerar esse ato tão barato! Para evitar guerra, eu prefiro não aliar os Asuras com ninguém!

                O soldado recua.
Soldado: -- E se os meus homens não tivessem morrido?
Dante: -- Hãn?
Soldado: -- Sphaera...
                O soldado tinha uma sphaera, e retira de seu bolso, liberando o poder dela, fazendo um portal dimensional.
Dante: -- O quê?!

Soldado: -- Faremos isso novamente o quanto for necessário para lhe mostrar que queremos firmar a paz com o seu clã.
                Os cadetes que foram mortos pelos Asura atravessam-na estando vivos.
Soldado: -- Reconheço que vocês Asura, são realmente muito poderosos e que suas forças seriam perdidas em uma guerra contra nós. Então, queremos selar o nosso tratado de paz com vocês!
Dante: -- E como vou acreditar nessa paz que tanto vocês almejam?
Soldado: -- Lhe provando com essa sphaera.
Dante: -- Hm!
Soldado: -- Essa sphaera, que acabei de utilizar se chama Júpiter!
Dante: -- Você está me dando essa sphaera para provar a sua lealdade? E se eu te utilizar contra vocês?
Soldado: -- Está sphaera é a única de toda Dedamcorp! Se usarem contra nós ou contra a paz no planeta, eu saberei e virei detê-los pessoalmente! Por isso, eu estou lhe dando como uma prova maior, em reconhecimento, que vocês Asura, se aliem com conosco, com a nossa Dedamcorp!
Dante: -- Que coragem de sua parte!

                No momento que chegava ao local, os poderosos comandantes subordinados ao Dante presenciam revoltados e rapidamente se puseram em posição ofensiva, pronto para atacar o exército.
Yuri / Pedro / Felipe / Ives / Paulo: -- Mestre!

                Mas, antes que eles dissessem algo, o Dante gesticula com as suas mãos em um movimento indicando à eles que não avancem.
Yuri: -- Mas, mestre... Eles são muitos!
                O Dante adverte-os, sorrindo.
Dante: -- Está tudo bem, Yuri! Números são irrelevantes. O que ganha guerras? Um poderio esmagador. Simples.
                Encarando o exército, o Dante indaga ao soldado.
Dante: -- Como se chama?
                O soldado retira a sua máscara.
Soldado: -- Eu me chamo Simão Salim, sou um soldado da classe Arcanjo!
                O Soldado Simão Salim libera sua energia branca que encobre todo o seu corpo.
Dante: -- Então é por isso que você não usa sphaera, Simão Salim?
Simão: ...
Dante: -- Hm!
                O Dante também libera a sua energia que encobre o seu corpo, mas de cor negra, surpreendendo os soldados da Dedamcorp, menos o Simão Salim, que encara-o fixando um olhar que não demonstrava medo.
Exercito / Asuras: !
                Parecia que havia um demônio diante de Salim, que o encarava sem esboçar medo.

Dante: -- Há! Há! Há! Pela sua coragem soldado, aceitarei a sua proposta!
Ives: "Mas... um dia, essa prometida paz, foi quebrada."


Ives: "Havia se tornado um pesadelo. O cometa que a minha irmã havia visto era na verdade uma estranha caixa dourada que parecia uma urna. Por causa deste objeto, foi palco de uma atrocidade nunca antes vista."


Anteros1: -- Vocês são traidores, por ousarem a utilizar as Sphaera da Dedamcorp!
                Pedro, Paulo e Yuri caem imobilizados por três clones de Anteros.
Pedro / Yuri / Paulo: -- Argh!
Dante: -- Então era o próprio clã Beattou que estava por trás dos massacres!
Anteros1: -- Massacres?  Você está se referindo daqueles ridículos clãs: Falcões Brancos? Apokaly? Já perdi as contas de quantos clãs eu eliminei. Só sei que vocês serão mais um para a minha conta. Ainda mais por esconderem uma preciosidade!
Dante: -- Preciosidade?!
Anteros1: -- Onde está uma das doze armaduras de ouro dos cavaleiros de Atena?!
Dante: -- Como é que você...?!
Anteros1: -- Não adianta esconder do nosso mestre Galeso! Pois, ele sabe! Há, há, há!
                Pedro, Paulo e Yuri ficam preocupados com seu mestre.
Pedro / Yuri / Paulo: -- Mestre!
Anteros1: -- Onde está a armadura, Dante?!
                Um quarto Anteros  surge ao se dividir em dos corpos de uma das três cópias se pondo em posição ofensiva diante de Dante.
Dante: ...
                O líder do Asura observa temeroso os seus soldados que estão sendo imobilizados por cópias do berserk.[1]


Ives: "Mesmo que nós tenhamos sobrevivido a um massacre com ajuda da Dedamcorp, as perdas foram imensuráveis de tamanho estrago. Praticamente só 5% de nossa pequena cidade sobreviveram a carnificina."


ATUALMENTE.
4º ELITE E. DELTA – HUE DE PORTO VELHO
                O Ives olha para sua sphaera que está em suas mãos. É a sphaera Júpiter que havia sido ganhada de presente do arcanjo.
Ives: -- Essa sphaera...

                Olhando para ela como se estivesse deslumbrando um troféu, ele se lembra das palavras dele.

Daniel: A partir de agora, Ives Lima Asura, você será o novo capitão-comandante da Esquadrão Delta e liderará a primeira elite. E eu quero que você avise os outros de sua família, que façam o mesmo que eu fiz com você. Eles deverão ser reconhecidos com os seus verdadeiros nomes diante da Dedamcorp.[2]

Ives: -- Todos os nossos esforços foram concentrados somente para um único propósito. Só para atender o desejo de meu mestre de revivê-la.

               
                O sol começa a se pôr no horizonte. Anoitece. Antes de ir embora, o Ives avista o seu mestre Dante, que havia sido induzido ao coma para tratamento de cura intensivo.
Ives: "Mestre."
                Em suas mãos a sphaera Júpiter.
Ives: "Por causa dessa maldita sphaera, o nosso clã se envolveu nesta maldita guerra! "


               
                Alguns minutos depois, o Ives já se dirigia para o seu veículo para ir para sua casa. Enquanto fazia isso, ele era vigiado por um soldado da Deamcor, o comandante Rafael, da 6º Elite adverte pelo o rádio.
Rafael: -- Ele acabou de sair. E agora?
                Pelo rádio, o capitão Jonathan da 12º Elite Delta ordena o comandante.
>> Jonathan: Siga as ordens superiores que você recebeu, que vou avisá-lo.
Rafael: -- Ok!



                Já era de noite quando, próximo de sua casa, o Ives desembarca deixando o seu veículo estacionado na rua.
Ives: ...
                Em seguida, ele se dirige para o portão, quando...
Ives: !
                Um galho brota do chão e se agarra no braço de Ives.
Ives: -- Madeira?!
                Já percebendo de quem era, o Ives indaga-o.
Ives: -- Rafael. Pra quê isso?!
Rafael: -- Quem diria que você é um dos infiltrados dos Asura!
Ives: -- Hm?! O que você quer?
Rafael: -- Só estou fazendo o que me ordenaram.
Ives: -- Como assim, se sou eu que sou o seu superior?!
Rafael: -- Sphaera...
                Com sua energia, o Rafael faz estranhos ganhos brotassem do solo concretado, tentando atingi-lo.
Ives: !
                Rapidamente, o Ives se desvencilha-os por puro reflexo.
Ives: -- Quem você está obedecendo, comandante?!
Rafael: -- Desculpe, mestre! Mas, só estou obedecendo ordens!
Ives: -- De quem?! Tsc!

                O Ives fica surpreso.
Ives: "Será que...?! Não pode ser!"

                Ele indaga-o.
Ives: -- Quem é que você está obedecendo?!
                O Rafael responde-o lançando várias estacas na direção de Ives.
Rafael: -- Isso não é da sua conta!
                O Ives salta se esquivando.
Ives: -- Como é que é?!
Rafael: -- Me desculpe, Mestre!
                Uma voz ecoa sobre eles.
Homem: -- Ele só recebeu as minhas ordens, Henri!
Ives: !
                Uma imagem de um anjo se projeta com os poderes de um estranho guerreiro diante de Ives e de Rafael.
Rafael: -- Perdão, mestre Arcanjo!
                Ao vê-lo referenciando-o, o Ives fica cabreiro.
Ives: -- Quem é você?!
                Mas, o desconhecido ignora a sua pergunta e lhe acusa.
Homem: -- Como pode deixar que o Mestre da Delta, o Asus Shih, morresse, tenente Henri.
Ives: -- Que história é essa que eu o deixei morrer?! Isso é mentira!
Homem: -- Mentira?! Era a sua obrigação em protege-lo!
Ives: -- Protegê-lo?! Não sou babá de ancião que ainda é ciente do que faz! Além do mais, não sou mais tenente! Sou um o capitão da 1º Elite Delta e o Mestre das 13 Elites do Esquadrão Delta. E o meu nome é Ives Lima Asura.
Homem: -- Então você se declara que é o Ives, um Asura!
































[1] Cap. 97 – O Princípio De Um Futuro - Parte II
[2] Cap. 128 - Sobreviventes


[i] Paul Valéry
[ii] Paulo Coelho
[iii] Marcel Proust
[iv] Victor Hugo
[v] Otoniel de Oliveira Santos
[vi] Padre Fábio de Melo

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